quinta-feira, 27 de maio de 2010
She rocks!
Espectacular. Infelizmente não estive lá, mas acho que o vídeo permite compreender exactamente o que se passou.
É verdade que Portugal está nas ruas da amargura, mas também é verdade que ainda se produzem alguns momentos excepcionais no nosso País. Nem todas as fadistas são capazes de cantar Nirvana. Nem todas sequer têm visão ou abertura para o fazer. Acima de tudo, irrita-me a crítica do "comercial", por mostrar absoluta falta de horizontes.
O espectáculo deve ser, acima de tudo, uma misteura entre o que o artista quer fazer e o que o público quer ouvir. A Mariza estava no ROCK in Rio a cantar para uma plateia de jovens que não fazem a menor ideia da letra da "Maria Lisboa". E soube captar a atençaõ deles.
A isto eu chamo ser esperta e hábil, e não ser comercial. E depois quando vemos as trístissimas galas da nossa TV e as comparamos com os óscares, dizemos que não temos noçção nenhuma de show business... quando aparece alguém com essa capacidade, somos os primeiros a apelidar de "comercial". Haja visão!
terça-feira, 4 de maio de 2010
A must see!!
Já aqui pus alguns posts sobre eles, portanto não me vou alongar muito.
Deixo apenas aqui um vídeo do espectáculo que, quem quiser, pode ver em Lisboa, no Coliseu, entre 13 e 16 de Maio.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Feira do Livro
Nada paga as idas anuais à Feira do Livro.
Adoro associar os passeios cima baixo às noites quentes de Verão, carregada de livros, sempre indecisa onde hei-de comprar, sempre a querer voltar.
Independentemente das polémicas, da redução das barraquinhas, da alteração dos horários (não estará tão quente este ano) é um hábito bom e saudável. Junta um passeio aos livros, por mim fico feliz.
Inaceitável é, no entanto, que o site esteja indisponível exactamente no dia da abertura. Está em construção - como é possível? Houve um ano para prepará-lo.
Tirando isso, estou com a curiosidade de sempre.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Africa in black and white
Indie Lisboa
Confesso que não aprecio especialmente cinema muito alternativo/ independente, mas vou dar o benefício da dúvida a dois ou tres filmes com actores que conheço para não ir completamente ao acaso.
Vamos lá ver se não me aparecem cavalos a voar e casas na lua.
Programação completa em:
http://www.indielisboa.com/index.php?lang=1
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Na melhor esplanada de Lisboa
A verdade é: estou completamemte viciada no Miradouro de S. Pedro de Alcântara.
There´s something about this place.
É que nós passamos a maior parte do tempo a dizer mal do nosso país, mas depois parece que dá muito trabalho elogiar. Alí está um trabalho bem feito, bem integrado, com pessoas simpáticas e com boa cara.
É preciso sublinhar que o spot ajuda: um trabalho 5 estrelas de quem recuperou o miradouro e o jardim. Não há melhor para o pequeno-almoço, nem para o almoço, nem para o final da tarde e nem mesmo para a noite (não me pagaram nada - eu avisei que estava viciada!).
Às vezes temos mesmo orgulho.
Quando vejo aquela vista, pergunto-me como será ser estrangeiro e chegar alí pela primeira vez e apetece-me avisar toda a gente que, em matéria bruta, vivemos no melhor país do mundo.
terça-feira, 13 de abril de 2010
De Zola
Ontem estava a ler mais um livro de Zola quando fui efectivamente gozada por estar a ler "livros franceses com letras pequeninas"! :)
É verdade que há livros franceses muiiito intelectuais e muito chatos. Mas também é verdade que há livros francamente interessantes, muito bem escritos e com um pano de fundo que lhes dá um interesse especial: é que havia barreiras a quebrar, ou seja, os livros eram statements.
No caso de Zola (1840-1902), e sem querer fazer um testamento que não suporte a ideia de que vale mesmo a pena lê-lo, foi o naturalismo. Zola criou um projecto de vida para si mesmo: escrever a história de uma família, os Rougon-Macquart, não de forma romanesca, mas pretendendo provar uma tese sociológica e científica - a hereditariedade - compondo-a com traços de darwinismo. O subtítulo dos 20 volumes da sua história é assim "Histoire Naturelle et sociale d'une famille sous les second empire."
Zola dá assim início a um projecto pensado que marcará a literatura francesa de forma determinante. O autor cria um esqueleto, descrevendo as personagens, locais e acção de forma exaustiva, que cumprirá até ao fim. A "tara familiar" que Zola pretende provar, originária do antepassado que é a Tante Dide, terá assim passado através das 5 gerações que compõem a família.
"Eu desejo explicar como uma família [os Rougon-Macquart], um grupo reduzido de seres humanos, conduz a si mesma dentro de um determinado sistema social (...) dando origem a dez ou vinte membros, que, embora possam parecer, à primeira vista, profundamente divergentes uns dos outros, são, como a análise demonstra, mais intimamente ligados por meio da afinidade. Hereditariedade, como a gravidade, tem suas leis."
Cada livro analisa portanto um elemento da família que, na maioria dos casos, é uma espécie de personagem-tipo: o padre, o mineiro, o burguês, o operário alcoólico, os vendedores de legumes do mercado Les Halles etc.
Imperdível mesmo.
terça-feira, 6 de abril de 2010
De Robert Longo
A exposição começa com uma série de enormes telas representando homens a dançar intitulada "Men in the cities" e que é excelente quer pela qualidade da sua técnica a carvão (quase não se distingue da fotografia) quer pelo movimento impresso nas imagens. O conjunto em causa foi responsável pelo enorme sucesso do artista nos anos 70/ 80.
Li algures que as imagens parecem igualmente representar pessoas a ser baleadas. Confesso que não tinha pensado nisso e é uma leitura interessante, sobretudo se tivermos em conta que apenas homens e mulheres de negócios são incluídos na série.
Se a célebre série é um bom início, confesso que as imagens quer do planeta e das estrelas quer do tubarão me impressionaram bastante porque estive 5min a apreciá-las acreditando francamente tratar-se de fotografias.
A ver.
terça-feira, 30 de março de 2010
Nem carne nem pêxe
Nem alhos nem bogalhos.
O tempo que não aquece nem arrefece... mas serve para uma coisa: para termos a certeza que não está tudo louco e que ainda existe A MEIA ESTAÇÃO do antigamente. Podemos finalmente tirar dos armários a roupa que não serve para mais nada e usá-la.
Embora já se vejam pessoas de sandalocha e ao primeiro raio de sol salte tudo para a praia, ainda os há com bota de inverno e meia quente. Há quem durma de edredão (amo esta palavra!) e há quem durma de janela quase aberta. Há também quem ainda não tenha deixado o pijama de flanela bought in avenida da igreja (o meu vizinho é acérrimo defensor, tenho a dizer).
Mas sinto-me reconfortadita: é que há muito tempo que não havia primavera.
Ah e deixo aqui um testemunho: este Inverno choveu muito... agora estou ansiosa para ver se chega o Verão e aparecem os marmanjos a dizer que é a maior seca dos últimos tempos. É que maiores em Portugal, só mesmo a chuva deste Inverno, a árvore de Natal do Pq. Eduardo VII e o Colombo.
quarta-feira, 24 de março de 2010
Da cultura e da loucura
1- Comecemos pela cultura, ou não seja eu uma pseudo-intelectual-que-no-entanto-renega-os-óculos-de-argamassa-mas-que-insiste-em-ter-sempre-muito-a-dizer-sobre-a-cultura-aquém-e-além-fronteiras. Uff
Segundo a notícia de destaque de hoje no Público (não sou patrocinada por eles!), o antigo ministro da Economia defende que o sector cultural deve ser incorporado no sector económico, de forma a rentabilizar o facto de valer 2,8% na total riqueza gerada em Portugal, dando emprego a 127 mil pessoas. Sem mais delongas: ALELUIA IRMÃOS! Finalmente. E isto sem referir o quão importante é compreender que não somos um povo culto nem cultivado e que isso não é uma missão impossível. E acima de tudo compreender igualmente que nem sempre a cultura e o seu input são quantificáveis e que não são, por isso mesmo, menos importantes.
Note-se que a edição, o sector mais rentável dentro da cultura, é talvez um dos mais ingratos para arranjar trabalho. Já para não mencionar a Arquitectura, onde as pessoas se oferecem efectivamente para trabalhar sem serem pagas, tal o desespero para encontrar trabalho.
2. Agora a loucura. O mesmo jornal refere que 1/5 da nossa população tem uma doença mental. repito: 1/5!!!
Percebo agora que se pondere fechar (ou se tenham fechado) hospitais psiquiátricos em Portugal. É que, no nosso país, o louco não se pode assumir, o louco é enviado para casa, com comprimidos para dormir, na esperança que adormeça e não acorde.
E descubro que 3,5% destes loucos têm problemas em controlar os impulsos. Ignorância minha, é verdade, mas quais impulsos? Os assassinos? A fome?
Estou assustada com este nosso país à beira-mar plantado para enlouquecer... então nuestros hermanos só têm uma taxa de 9%?? Só os americanos nos superam, com os seus 26%... mas com tanta junk food, é normal que a gordura comece a atingir os cérebros que nadam actualmente em litros e litros de porcaria. Mas nós... com a nossa excelente dieta mediterrânica, o que nos levou a esta situação?
Uma explicação apenas: o sentido de "louco" é aqui demasiado lato. É louco todo o que já matou uma melga de forma violenta. O que já chamou nomes ao chato do vizinho. O que odeia que o imitem e vê nisso uma elevada perseguição. O que faz questão de andar mais devagar, com um ar possesso e a boca a espumar, cada vez que o tentam ultrapassar no trânsito.
terça-feira, 23 de março de 2010
Obama e a sua aprovada reforma da saúde
Obama aprovou a sua reforma da saúde e isso chegará para o pôr na História pelos melhores motivos. Como escreve Teresa de Sousa no Público "[Obama] ganhou porque se manteve fiel à sua convicção de que, em alguns momentos, é preciso ter a coragem de fazer o que está certo" e a verdade é que havia 32 milhões de americanos sem acesso à saúde e isto vai custar cerca de 700 mil milhões de euros. Vai igualmente ser posto um fim às práticas discriminatórias das empresas de seguros.
É verdade que Obama não é Jesus Cristo de volta à terra. Mas foi capaz de levar a cabo uma reforma francamente impopular porque a achava necessária e porque não estava de acordo com os ideais da América que defende. E isto é francamente louvável.
domingo, 21 de março de 2010
Joana Vasconcelos na Coleccção Berardo
Joana Vasconcelos é não só uma artista de se lhe tirar o chapéu, como uma Portuguesa de mão cheia. A sua obra exposta no CCB testemunha uma noção da Cultura Portuguesa que raramente acontece. Joana é capaz de pegar nos objectos mais prosaicos e torná-los parte de obras de arte como se sempre tivesse sido esse o seu objectivo. Não falo só dos o.b. que constituem o incrível lustre, mas de tudo o resto.
Esta escultura, por exemplo, não era das minhas preferidas antes de hoje. Só que, no CCB, ganhou um novo significado pela excelente construção da exposição: percorremos alguns corredores escuros, subitamente uma sala forrada de preto, a "Gaivota" da Amália e três esculturas como esta, em diferentes cores, feitas de garfos de plástico. Repito: garfos de plástico trabalhados como se fossem plasticina. Torna-se quase emocionante pelo conjunto estético que criam.
A criação abaixo é igualmente incrível, ocupando toda uma sala, como se de uma lombriga se tratasse. Não posso deixar de chamar a atenção para o lado absolutamente selvagem de alguns estrangeiros que se deitavam em cima da dita como se estivessem num mero sofá em casa. Que tristeza. Os Portugueses presentes, olhando de soslaio, fizeram questão de as fazer ver que isto não é realmente a república das bananas. "Elas que façam isto na terra delas, olha que coisa!"
A escultura da burka abaixo é igualmente impressionante, representando paralelamente a peça de vestuário e uma espécie de enforcamento metafórico. A própria estrutura metálica é original e interactiva.
Acima de tudo, e mais do que a sensação que não deixa de ser pessoal que a exposição transmite, marcam o enorme profissionalismo e a franca originalidade, construindo-se um conjunto de nível internacional.
sábado, 20 de março de 2010
Invisível - Paul Auster
Recomendo vivamente este livro. Já o li há uns meses atrás, mas o blog ainda não existia, pelo que não lhe fiz referência. E, como agora estou a ler as Brooklin Follies, lembrei-me de deixar a referência.
A história é excelente, original, criativa. A prosa consegue um casamento muito feliz entre acção q.b. e monólogos interiores que EFECTIVAMENTE apetece ler. A personagem principal, Adam Walker, aspirante a poeta, é tão cliché quando reinventado na sua juventude não demasiado longe da vida real. A intriga decorrente da entrada em cena do casal de supostos mecenas é muito bem conseguida, assim como o entrelaçar de histórias paralelas e o repescar de personagens do passado.
Só vou no segundo Auster, mas seguir-se-á certamente a Trilogia de Nova Iorque, falha enorme na biblioteca de uma verdadeira obcecada por literatura urbana.
sexta-feira, 19 de março de 2010
Do penteado da menina Moore
quarta-feira, 17 de março de 2010
Miguel Esteves Cardoso
A crónica de hoje do Miguel Esteves Cardoso é excelente. Sou suspeita por ser uma grande fã e uma leitora praticamente diária. Mas esta é muito boa.
É verdade que já houve outras muito sobriamente emocionadas sobre o tema (lembro-me de uma no final do ano fazendo as contas até à libertação da doença no Verão), mas vá-se lá saber porquê este texto tocou-me. E por isso o ponho aqui.
Acho os textos do MEC de uma enorme sensibilidade quer humorística quer emocional. Choro a rir com certas passagens que mais tarde copiarei de algumas crónicas. Mas choro mesmo. E depois aparecem estas passagens sobre a mulher, que já quase conheço, e que tem um cancro que não sei onde é, mas deve ser terrível como todos são. E dou por mim a fazer força para que fique boa e a achar lindíssima uma declaração de amor tão sóbria no jornal.
segunda-feira, 15 de março de 2010
Estado de Guerra
"Estado de Guerra" da tão falada Kathryn Bigelow.
Primeiramente, e tal como já afirmei neste blog, tenho um certo quê de feminista, mesmo se não queimo soutiens... pelo que não posso deixar de ficar contente por ter ganho uma mulher quer o óscar de melhor realizadora, quer o de melhor filme. Tenho dito.
Isto não quer, no entanto, dizer que ache que o filme merecia (nem que não merecia!). Gostei de o ver, gostei imenso dos actores e da fotografia. A criação do suspense no momento em que eles desarmam as bombas está de tal forma bem feita que, a cada cena, achamos que eles vão morrer. E ainda bem que não morre nenhum dos actores principais porque não caímos no sensacionalismo fácil. A fotografia e as imagens em câmara lenta na explosão das bombas e no disparo das armas estão excelentes. Toda a sequência do ataque no meio do deserto e do cansaço por estarem a lutar contra o vazio também é dum realismo assustador. É esta aliás uma das maiores características do filme: a impressão de documentário que passa de uma forma francamente positiva.
Um dos heróis é ao mesmo tempo anti-herói, põe os colegas em perigo sendo depois capaz de os salvar, é incapaz de comprar cereais e não sabe viver fora da guerra - o retrato é bom, mas talvez já se tenha visto.
Não posso deixar de dizer que acho que o facto de o filme ter ganho o oscar de melhor filme não é dissociável do tema politizado e do apelo à sensibilidade do espectador que sabe que neste momento estão vários soldados americanos no Iraque a viver uma história parecida. Não que isto tire o mérito ao filme, mas é um plus.
"Estado de Guerra" é um bom filme, do qual gostei bastante, só não sei se será o melhor de 2009 mas, graças a Deus, não me cabe julgá-lo.
Do Plateau
Plateau! Já não me lembrava, grande spot! Definitivamente a repetir! Faz mesmo falta ir a sítios com disco rock de jeito, em vez das misturas pseudo-intelectuais que, confesso, detesto. Fazem-me efectivamente bocejar e ficar de pé por missão no meio de uma pista de pessoas em delírio.
Assumo: adoro dançar música que conheça e que saiba cantar (ou gritar, é verdade!).
E viva o Plateau!
quinta-feira, 11 de março de 2010
"La nuit américaine" de Truffaut
O realismo combinado com uma certa noção de caos tornam o filme absolutamente irresistível. E é tão verdade que a utilização, uma vez mais, do théâtre dans le théâtre cria uma espécie de identificação do espectador face a o que está a ver, como se nós estivéssemos dentro da "primeira" realidade que não deixa, no entanto, de ser ficção também. É como se assistíssemos a um big brother requintado, mesmo muito requintado. O filme está a ser feito dentro de um filmr que também está em construção. A repetição das cenas com a actriz embriagada é maravilhosa.
Adorei o próprio Truffaut no filme e a narração que faz [comentário prosaico: está uma brasa]. Nem tinha percebido que a guionista é a Nathalie Baye - vai lindamente.
Tem sido um gozo ir vendo os filmes dele: adorei "Les 400 coups" que vi em Paris no cinema (deve ser melhor ver em Lisboa porque o filme É Paris), "Le Dernier Metro" com uma Deneuve com algumas plásticas a menos e "La Femme d´à côté". Só vi 4, faltam-me os outros todos - ainda bem!
quarta-feira, 10 de março de 2010
"Poema"
O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita
Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará
Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento
A terra o sol o vento o mar
São a minha biografia e são meu rosto
Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento
E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada
Sophia de Mello Breyner
terça-feira, 9 de março de 2010
Ele diz que... ele quem?
"Menina, já viu o dia que está hoje? (a senhora do café para mim); "Pois, está lindo". "Ai filha, mas olhe aproveite porque isto é sol de pouca dura. Lá para sexta ou assim já volta a chuva c´a gente já nem sabe de que terra é." "Pois, se calhar"; "Ai não que não é [e o sobrolho que se franze]... qu´isto eles só se enganam ao contrário. A gente sai de casa a achar que vai estar um dia lindo, e depois está esta porcaria do costume. Por isso é que eu já nem vejo lá a televisão, só as novelas. Mas depois os fregueses põem-se a comentar e... olhe... eu tenho que ouvir [ombro que se encolhe devagar]".
Questão nº 1: quem são os eles deste discurso? Quem é o ele doutros tantos? Todos sabemos que os portugueses acham que há uma conspiração contra eles... mas assim tão grande? Ou seja, de tal forma que constitua uma entidade "inominável"? Ai isso eles é que sabem... eles QUEM?
Note-se que o pronome pessoal assume aqui uma espécie de sinal de inferioridade, estilo eles, os que estudaram e têm o incrível privilegio de possuir conhecimento. Ou eles, os que não andam aqui a trabalhar com´à gente.
Melhor ainda: ele diz que... para na verdade querer transmitir que se diz por aí. É um pouco como se a multidão assumisse uma vontade singular, só que a utilização é bem mais prosaica.
S-I-N-I-S-T-R-A, esta utilização da bonita palavra ele e da sua forma plural eles.
Ele diz c´a menina do Paulino lá da terra até tem uns olhos bonitos.
Ele diz c´a Soraia é uma moça aplicada, xe calhar até vai para dôtôra.
Ele diz c´o rosmaninho faz bem ao rumático.
Ele diz que... ele diz que... e ELA nunca diz nada??????
segunda-feira, 8 de março de 2010
Pelo Dia da Mulher
Não é por acaso que lembro do meu amigo Roberto Ford Vermelho - é que ontem aconteceu um fenómeno incrível: a RTP Memória passou um programa digno de atenção!!! Por segundos dei por mim a PARAR para efectivamente VER algum programa daquele canal. O Out of Africa passou, já depois da meia-noite mostrando o excelente empenho do director de programas em premiar-me neste meu/ nosso dia. Muito obrigada.
Aqui ficam algumas mulheres com obra feita! E para além disso ainda foram provavelmente donas-de-casa e Mães. Tirando muito raras excepções, gostava de saber que alta figura masculina ainda chega a casa para lavar a loiça. Quanto muito, e com esforço, têm uma ou duas tarefas que cumprem com dor e ar de quem lhes pediu o mundo - "Vês?! Eu já fiz a cama!". Mas têm que ser "mandados", senão não vão lá. Apontem-me por favor o homem que antes de ir dormir passe na máquina da roupa para estender os trapos molhados ou que olhe para o frigorífico a pensar o que falta comprar para o jantar... enfim!
domingo, 7 de março de 2010
sexta-feira, 5 de março de 2010
Elis!!
Caía a tardxi feitum viaduto e um bêbado trajando luto, mi lembrô Carlitos e a lua, tau quau a dona du bordéu, pedxia à cada istrela fria um brilhu dzi aluguéu!
Uma maravilha para os ouvidos.
quinta-feira, 4 de março de 2010
E para aligeirar a coisa...
ahahahaha desconheço quem seja o senhor. Não sei se é um ilustre zé ninguém ou um alto nome da moda internacional, mas ONDE ESTAVA CABEÇA DA EDITORA DA VOGUE PARIS para escolher esta alma como um dos melhores looks à entrada do desfile da Chanel alta costura na semana da moda de Paris???
Os pelinhos das pernas no collant transparente fazem-me suar, e muito!
Já a senhora infra está num grande kit, lanço apenas um pequeno alerta para o elevadíssimo grau de conforto da sandalocha que apresenta na capital francesa em finais de fevereiro...