Uma vez conheci uma pessoa que estava a fazer um doutoramento sobre a palavra "pois". Resolvi assim lançar-me o desafio de ver até onde conseguia ir sobre este tema que tanto me intriga por exactamente não ter praticamente nada a dizer que não me ponha a mim própria a dormir. Lanço o mesmo desafio aos meus leitores.
Um doutoramento?! Páginas e páginas de pois, pois, pois.
Pois tem utilização em vários contextos, é verdade. Há o velho "ah pois é" quando nos exprimem uma opinião com a qual estamos de acordo, assumindo mesmo uma atitude condescendente (este ah pois é tem que ser dito com a cabeça inclinada de lado, com alguma superioridade face ao interlocutor).
Há também o "pois" que se repete freneticamente quando alguém está a contar uma história, com a cabeça desta vez a acenar verticalmente para cima e para baixo, numa espécie de tique nervoso de quem está a milhas do que lhe estão a contar.
Não esquecer o "ahpoijébébé" muito frequentemente utilizado pelas adolescentes do sexo feminino aquando de acesa conversação com as amigas, normalmente debatendo temas particularmente mundanos.
"Pois... não sei" - expressão de elevadíssimo poder contraditório. Primeiro confirma-se com o "pois", abrem-se mais os olhos em sinal de concordência, para finalmente se manifestar a mais profunda ignorância. Expressão tipicamente portuguesa, melhor definida como não sendo nem carne nem peixe.
Por fim "pois" é uma conjunção coordenativa conclusiva, sendo exactamente essa a função que nunca lhe atribuímos. Quem se imagina a exclamar:
- Não vás por aí POIS há uma poça?
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
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