quinta-feira, 29 de abril de 2010

Feira do Livro



Nada paga as idas anuais à Feira do Livro.

Adoro associar os passeios cima baixo às noites quentes de Verão, carregada de livros, sempre indecisa onde hei-de comprar, sempre a querer voltar.

Independentemente das polémicas, da redução das barraquinhas, da alteração dos horários (não estará tão quente este ano) é um hábito bom e saudável. Junta um passeio aos livros, por mim fico feliz.

Inaceitável é, no entanto, que o site esteja indisponível exactamente no dia da abertura. Está em construção - como é possível? Houve um ano para prepará-lo.

Tirando isso, estou com a curiosidade de sempre.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Africa in black and white

Não conhecia e gostei imenso da obra deste fotógrafo: Nick Brand.

Há qualquer coisa do lado apocalíptico da Annie Leibovitz na forma como ele trata as fotografias.

E depois é impossível não gostar desta imensidão.




Indie Lisboa

Este ano vou, pela primeira vez, ao Indie Lisboa.

Confesso que não aprecio especialmente cinema muito alternativo/ independente, mas vou dar o benefício da dúvida a dois ou tres filmes com actores que conheço para não ir completamente ao acaso.

Vamos lá ver se não me aparecem cavalos a voar e casas na lua.

Programação completa em:

http://www.indielisboa.com/index.php?lang=1

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Na melhor esplanada de Lisboa



A verdade é: estou completamemte viciada no Miradouro de S. Pedro de Alcântara.

There´s something about this place.

É que nós passamos a maior parte do tempo a dizer mal do nosso país, mas depois parece que dá muito trabalho elogiar. Alí está um trabalho bem feito, bem integrado, com pessoas simpáticas e com boa cara.

É preciso sublinhar que o spot ajuda: um trabalho 5 estrelas de quem recuperou o miradouro e o jardim. Não há melhor para o pequeno-almoço, nem para o almoço, nem para o final da tarde e nem mesmo para a noite (não me pagaram nada - eu avisei que estava viciada!).

Às vezes temos mesmo orgulho.

Quando vejo aquela vista, pergunto-me como será ser estrangeiro e chegar alí pela primeira vez e apetece-me avisar toda a gente que, em matéria bruta, vivemos no melhor país do mundo.



terça-feira, 13 de abril de 2010

De Zola



Ontem estava a ler mais um livro de Zola quando fui efectivamente gozada por estar a ler "livros franceses com letras pequeninas"! :)

É verdade que há livros franceses muiiito intelectuais e muito chatos. Mas também é verdade que há livros francamente interessantes, muito bem escritos e com um pano de fundo que lhes dá um interesse especial: é que havia barreiras a quebrar, ou seja, os livros eram statements.

No caso de Zola (1840-1902), e sem querer fazer um testamento que não suporte a ideia de que vale mesmo a pena lê-lo, foi o naturalismo. Zola criou um projecto de vida para si mesmo: escrever a história de uma família, os Rougon-Macquart, não de forma romanesca, mas pretendendo provar uma tese sociológica e científica - a hereditariedade - compondo-a com traços de darwinismo. O subtítulo dos 20 volumes da sua história é assim "Histoire Naturelle et sociale d'une famille sous les second empire."

Zola dá assim início a um projecto pensado que marcará a literatura francesa de forma determinante. O autor cria um esqueleto, descrevendo as personagens, locais e acção de forma exaustiva, que cumprirá até ao fim. A "tara familiar" que Zola pretende provar, originária do antepassado que é a Tante Dide, terá assim passado através das 5 gerações que compõem a família.

"Eu desejo explicar como uma família [os Rougon-Macquart], um grupo reduzido de seres humanos, conduz a si mesma dentro de um determinado sistema social (...) dando origem a dez ou vinte membros, que, embora possam parecer, à primeira vista, profundamente divergentes uns dos outros, são, como a análise demonstra, mais intimamente ligados por meio da afinidade. Hereditariedade, como a gravidade, tem suas leis."

Cada livro analisa portanto um elemento da família que, na maioria dos casos, é uma espécie de personagem-tipo: o padre, o mineiro, o burguês, o operário alcoólico, os vendedores de legumes do mercado Les Halles etc.

Imperdível mesmo.

terça-feira, 6 de abril de 2010

De Robert Longo

Longo é um pintor e escultor americano (nasceu em 1953) com 50 obras expostas actualmente no Museu Berardo. Vale mesmo a pena.

A exposição começa com uma série de enormes telas representando homens a dançar intitulada "Men in the cities" e que é excelente quer pela qualidade da sua técnica a carvão (quase não se distingue da fotografia) quer pelo movimento impresso nas imagens. O conjunto em causa foi responsável pelo enorme sucesso do artista nos anos 70/ 80.







Li algures que as imagens parecem igualmente representar pessoas a ser baleadas. Confesso que não tinha pensado nisso e é uma leitura interessante, sobretudo se tivermos em conta que apenas homens e mulheres de negócios são incluídos na série.

Se a célebre série é um bom início, confesso que as imagens quer do planeta e das estrelas quer do tubarão me impressionaram bastante porque estive 5min a apreciá-las acreditando francamente tratar-se de fotografias.





A ver.