quarta-feira, 24 de março de 2010

Da cultura e da loucura

Dois temas relevantes.



1- Comecemos pela cultura, ou não seja eu uma pseudo-intelectual-que-no-entanto-renega-os-óculos-de-argamassa-mas-que-insiste-em-ter-sempre-muito-a-dizer-sobre-a-cultura-aquém-e-além-fronteiras. Uff

Segundo a notícia de destaque de hoje no Público (não sou patrocinada por eles!), o antigo ministro da Economia defende que o sector cultural deve ser incorporado no sector económico, de forma a rentabilizar o facto de valer 2,8% na total riqueza gerada em Portugal, dando emprego a 127 mil pessoas. Sem mais delongas: ALELUIA IRMÃOS! Finalmente. E isto sem referir o quão importante é compreender que não somos um povo culto nem cultivado e que isso não é uma missão impossível. E acima de tudo compreender igualmente que nem sempre a cultura e o seu input são quantificáveis e que não são, por isso mesmo, menos importantes.

Note-se que a edição, o sector mais rentável dentro da cultura, é talvez um dos mais ingratos para arranjar trabalho. Já para não mencionar a Arquitectura, onde as pessoas se oferecem efectivamente para trabalhar sem serem pagas, tal o desespero para encontrar trabalho.



2. Agora a loucura. O mesmo jornal refere que 1/5 da nossa população tem uma doença mental. repito: 1/5!!!

Percebo agora que se pondere fechar (ou se tenham fechado) hospitais psiquiátricos em Portugal. É que, no nosso país, o louco não se pode assumir, o louco é enviado para casa, com comprimidos para dormir, na esperança que adormeça e não acorde.

E descubro que 3,5% destes loucos têm problemas em controlar os impulsos. Ignorância minha, é verdade, mas quais impulsos? Os assassinos? A fome?

Estou assustada com este nosso país à beira-mar plantado para enlouquecer... então nuestros hermanos só têm uma taxa de 9%?? Só os americanos nos superam, com os seus 26%... mas com tanta junk food, é normal que a gordura comece a atingir os cérebros que nadam actualmente em litros e litros de porcaria. Mas nós... com a nossa excelente dieta mediterrânica, o que nos levou a esta situação?

Uma explicação apenas: o sentido de "louco" é aqui demasiado lato. É louco todo o que já matou uma melga de forma violenta. O que já chamou nomes ao chato do vizinho. O que odeia que o imitem e vê nisso uma elevada perseguição. O que faz questão de andar mais devagar, com um ar possesso e a boca a espumar, cada vez que o tentam ultrapassar no trânsito.
Assim sim, mea culpa. Somos bem mais de 25%.

1 comentário:

  1. hehehe muito bom.

    Gostei da definição de loucura!!!

    Beijos F.

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