quinta-feira, 11 de março de 2010

"La nuit américaine" de Truffaut






Gostei imenso deste filme e nem sequer sabia que tinha sido nomeado para um Óscar de Melhor Filme Estrangeiro e de Melhor Argumento em 1973 (não que Truffaut precisasse desse tipo de apresentações).

O realismo combinado com uma certa noção de caos tornam o filme absolutamente irresistível. E é tão verdade que a utilização, uma vez mais, do théâtre dans le théâtre cria uma espécie de identificação do espectador face a o que está a ver, como se nós estivéssemos dentro da "primeira" realidade que não deixa, no entanto, de ser ficção também. É como se assistíssemos a um big brother requintado, mesmo muito requintado. O filme está a ser feito dentro de um filmr que também está em construção. A repetição das cenas com a actriz embriagada é maravilhosa.
Maravilhosa a mulher do assistente que vai funcionando como um coro trágico e apontado o dedo ao deboche que se vive no meio cinematográfico. Fartei-me de rir com ela sentada numa cadeirinha a tricotar para estar de olho em cima do marido, sem dar pelo facto de estar efectivamente a ser filmada!

Adorei o próprio Truffaut no filme e a narração que faz [comentário prosaico: está uma brasa]. Nem tinha percebido que a guionista é a Nathalie Baye - vai lindamente.

Tem sido um gozo ir vendo os filmes dele: adorei "Les 400 coups" que vi em Paris no cinema (deve ser melhor ver em Lisboa porque o filme É Paris), "Le Dernier Metro" com uma Deneuve com algumas plásticas a menos e "La Femme d´à côté". Só vi 4, faltam-me os outros todos - ainda bem!


Sem comentários:

Enviar um comentário